
A VAIDADE FEMININA E A COMPULSÃO À COMPRAS
A vaidade não se aplica exclusivamente ao feminino, mas também ao masculino. Vamos dizer que no ser humano a vaidade é um traço recorrente a aquilo que ele obteve como um senso de valores. Está intrínseco na personalidade do indivíduo os modelos que ele recebeu basicamente ao triângulo familiar, onde predomina preponderantemente a fase edipiana.
Em se tratando de vaidade feminina, pode-se dizer que a menina se modela e copia a mãe e ao mesmo tempo se rivaliza com esta por ansiar o amor da figura paterna, com um exemplo disse é quando a menina veste as roupas da mãe, passa batom maquilagem e desfila pela casa com sapatos de salto desta. Logicamente , este é o exemplo do que poderíamos chamar do "desejado", isto não quer dizer que não haja inversões e ou distorções.
No entanto, quando esta fase é bem elaborar, o feminino mais tarde vai deslocar os desejos em relação ao pai para outros homens, os quais provavelmente se assemelham e apresentam características da figura paterna. Essa vaidade normalmente é reforçada no ambiente familiar, onde o indivíduo aprende o que condiz e o que é discrepante ao seu meio sócio-econômico.
A vaidade é uma coisa própria da mulher, mas muitas vezes está subjugada a outros fatores tais como status , aceitação, sedução. e é toda essa vaidade, que normalmente a mulher utiliza no jogo da conquista do pretenso parceiro, isto é o seu jogo de sedução é todo baseado naquilo que ela é, em alguns casos (insegurança) naquilo que ela não é - para atraí-lo, pois acha que seria o desejo dele.
O feminino tem que se estabelecer dentro de um padrão, no qual há a personificação de uma imagem que deve marcar um estilo e chamar a atenção para si e dai escolher os apetrechos para satisfazer essa vaidade, isto é, como vai se sentir mais bonita e ou sedutora, e ou inteligente, e ou capaz, ou tudo isso dependendo, do papel (social ou profissional) almejado no momento, pois em todas essas funções a vaidade indica o que pelo menos parece que seria mais satisfeito.
A vaidade feminina faz logicamente com que a mulher seja uma consumidora em potencial, pois é a traves do consumo é que ela vai satisfazer a sua vaidade, enquanto ele a comprar o que lhe é necessário ou satisfatório, encontrando um equilíbrio entre satisfação e necessidade.
No entanto, quando a vaidade feminina se transforma em compulsão, isto é, quando a pessoa sente a necessidade de consumo excessivamente, isto representa um alerta de que há uma disfunção emocional onde o indivíduo procura preencher um estado afetivo debilitado com "coisas" e "coisas" que erroneamente acha ele que e lhe dará prazer, no entanto, este sentimento de vazio nunca será preenchido com o ato de consumir, pois o consumo senão é apenas um mecanismo de deslocamento, onde ele se esquece do seu interior e busca satisfação no exterior.
Apesar de existir um forte apelo de propaganda e marketing de produtos, não é isto que induz o indivíduo às compras. O desejo de comprar só atende aos propósitos íntimos de cada um. E, a compulsão à comprar é um estado patológico internalizado de um déficit afetivo que a pessoa provavelmente não conseguiu elaborar na relação consigo mesma e consequentemente com o outro persistindo sempre em uma acentuada e extenuante auto-gratificação sempre insatisfatória - exceto nos primeiros minutos ou horas seguintes às compras.
A cada estímulo positivo como, um elogio, um sorriso, um presente, uma cantada na rua vem satisfazer e ele var o ego feminino, envaidecendo e dando sentido de presença, o qual às vezes está nutrido de sentimentos de menos valia quando a mulher se encontra com distúrbio na sua autovalorização.
RELACIONAMENTO ENCOBERTO
Na Sociologia temos o conceito básico de que a sociedade é um fato irritante. Isto quer dizer que, fundamentalmente o homem não foi feito para viver sozinho. Ele necessita sempre de se vincular a um grupo. No entanto, o que pode ser muito confundido é que o homem deve viver com as pessoas, mas não em função dessas pessoas, viver de acordo com padrões e preceitos sociais aceitáveis, mas não se escravizar em função dos padrões do "outro". Deve escolher e estabelecer para si o que é "certo para um pode ser errado para outro e vice-versa”. Estes conceitos podem variar de pessoa para pessoa, de acordo com o nível social, financeiro, história de vida, e culturas e raças diferentes.
Nessa procura de conjugar-se com o outro e acasalar-se junto com o preceito de casamento, ou seja, uma união estável; o que provavelmente o indivíduo tem como inconsciente é que a tua escolha sempre vai estar apoiada na própria história de vida, isto é o triangulo familiar (PAI - MÃE - FILHO),mensagens recebidas na infância, estrutura familiar. Provavelmente, aquilo que a pessoa recebeu é aquilo que ela vai proporcionar na sua relação conjugal e consequentemente com os filhos, isto é, se não houver uma quebra de ressentimentos e falta de elaboração de conflitos ulteriores e inconscientizados.
O nome Terapia Transacional vem de transação, isto é, transar nada mais é do que um negócio, troca de interesses. Isto muitas vezes assusta o leigo em Psicanálise que não se apercebe que quando ele se relaciona com alguém é porque essa pessoa em alguma coisa lhe preenche uma satisfação, desde em nível de amizade, comercialmente ou amorosamente, ex: se há uma relação de amizade é porque provavelmente as duas pessoas trocam empatia, confiança, necessidade de companhia. No caso por ex.de um homem velho e rico com uma jovem pobre, os dois dão algo em troca - ele o status e privilégios e ela proporciona à ele a sua juventude, companhia e a sua auto afirmação. Isto não quer dizer que não há amor, mas além desse há a troca de interesses. Este é um preceito muito importante de se entender porque a pessoa projeta no outro aquilo que ela fantasia e muitas vezes não aquilo que o outro é, e achando que o outro deva saber o que ela sinta ou pensa ou espera dela - o que chamamos de RELACIONAMENTO ENCOBERTO -se frustra e acumula a cada dia, provocando um distanciamento.
A somatória desse Relacionamento Encoberto, Conflitos Edipianos não elaborados, experiências anteriores vai provocar dentre todos os conflitos também as Disfunções Sexuais na mulher ( disfunção orgásmica, disfunção sexual geral, vaginismo e conversão ) e no home ( Impotência, Ejaculação Precoce, Ejaculação Retardada ).
O Relacionamento Encoberto é o que mais destrói as relações em todos os sentidos porque quando a pessoa não se mostra e demonstra para o outro o que ela quer para si e para a sua vida vai acumular mágoas e ressentimentos e quando não agride o outro vai começar a sabotá-lo emocionalmente, sexualmente, financeiramente, socialmente e até fisicamente.
Na Psicanálise temos que o indivíduo pode reprimir seus sentimentos, mas a qualquer momento eles vão fluir ou escapar de alguma maneira através de: sonhos, lapsos, tics, mecanismos de defesa, ( Racionalização, Sublimação, Compensação, Regressão). Quando há o escape desse material reprimido pelo ID (inconsciente) normalmente de um modo mascarado ou simbólico o indivíduo às vezes percebe, mas muitas vezes não entende o que faz com que as relações se estendam sem entrar em muitos detalhes, isto se a pessoa não estiver passando por Processos.
Psicoterápico o que vai lhe proporcionar maior entendimento de si e do outro e consequentemente respeito. Quando há a procura do autoconhecimento a libertação de seus atos, pensamentos, ideias, sentimentos e desejos acontecem em consequência e também de uma maneira mais livre e leve de se viver. Pois tudo aquilo que se acumula e se torna material reprimido (não o necessário), vai a cada dia destruindo e aniquilando qualquer tipo de relação.
NECESSIDADE NEURÓTICA DE AFEIÇÃO
A maioria das pessoas deseja ser estimada e amada para se sentir satisfeita e, ressente-se quando não o é. No entanto, as características de uma necessidade de afeição neurótica podem desenvolver: ansiedade, não merecimento de amor, incapacidade de aceitar afeição, a hostilidade a todos.
Para o neurótico a conquista de uma afeição é uma necessidade vital. Há uma supervalorização de ser amado. É importante que gostem de nós apenas pessoas que gostamos e convivemos, ou as que nos convenha causar boa impressão. Todavia, o neurótico coloca-se em função de como o outro reage frente a ele, e é como se a sua felicidade, liberdade, existência e segurança dependessem do afeto deste, indiscriminadamente de quem seja esse outro, por ex.: um estranho, o vendedor, etc. Isto é, um olhar mal dado ou a omissão de um cumprimento pode afetar seu estado de espírito e como encara a vida, fluindo fortes sentimentos de menos valia.
Dessa forma essas pessoas desenvolvem a "incapacidade de ficar sozinho", que varia desde o desassossego e inquietação até o terror pela solidão. Não estamos falando de pessoas obtusas, mas de pessoas inteligentes que podem desfrutar de muitas atividades por si só. Há vários fatores na necessidade de companhia, mas geralmente isto advém de uma ansiedade vaga onde o contato humano funciona como alívio e tira o sentimento de abandono e a impressão de estar à deriva.
A necessidade neurótica de afeição pode se focar numa única pessoa, por ex: marido, esposa, namorado, médico, terapeuta, amigo, etc. O interesse e a devoção desse se torna inusitado. O neurótico almeja o interesse e a presença do outro por temer não ser estimado e sente-se desprezado quando o outro está "ausente", por outro lado nunca está totalmente feliz quando o outro está "presente". Portanto, o desejo de presença do outro não quer dizer AMOR, mas a necessidade de reafirmação assegurada de PODER dispor do outro.
A carência de afeto faz com que ele pague qualquer preço, sem aperceber-se disso:
1)Condescendência: mostra devoção, admiração e docilidade. Não discorda e reprime sua agressividade. Deixa-se maltratar.
2)Dependência Emocional: Se sente escravizada, condescendente e ressentida. Não se vê como a causadora de sua infelicidade e projeta a culpa no outro, mas continua com ele e tem medo de perdê-lo. Quando o sentimento de que sua vida está sendo arruinada se torna concreto e o medo é muito grande, ele pode procurar proteção contra sua dependência não se ligando a mais ninguém, e foge de qualquer relacionamento.
3)Insaciabilidade: A avidez, como traço de caráter, revela-se em hábitos:- Comer, Comprar, Impaciência, Especular. Esse traço pode ser reprimido e camuflado, mas quando em angústia ou ansiedade explode em forma compulsiva (ex: comprar 6 sapatos, comer uma torta inteira, etc. O desejo de posses é uma das defesas contra a ansiedade, que satisfaz temporariamente, mas pode se tornar permanente para reprimir a necessidade de afeto.
É nato ao ser humano buscar conscientemente ser amado. Mas, em todo relacionamento há uma troca de interesses que deve satisfazer ambos os lados. As próprias tendências conflitivas do neurótico barram o caminho da afeição que o outro venha a ter por ele, pois qualquer contrariedade pode ser encarada como repulsa. O neurótico afetivo nada mais é do que o "narcisista negativo".
ESTADO CIVIL NÃO DETERMINA A FELICIDADE
Já bem diz o ditado popular quando o assunto é casamento. "Quem está fora quer entrar, e quem está dentro quer sair". Como tudo na vida. uma relação estável traz ônus e bônus. Cada um põe na balança e decide o que pesa mais: se a sensação de liberdade de não ter que dar satisfações a ninguém ou a estabilidade emocional que um relacionamento duradouro pode fornecer.
Para o eterno poeta Tom Jobim, não resta dúvida: a felicidade definitivamente não pertence aos corações solitários - "Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho". Na prática. vale ressaltar que a eterna busca pela felicidade deve se concentrar me nós mesmos, e não no parceiro. Uma segunda pessoa não pode ser responsabilizada por nossos sonhos, satisfações e expectativas.
Isso ocorre ocorre por puro comodismo, já que repassar uma responsabilidade tão essencial a outro é bem mais fácil, mas não justificável. Essa é a teoria defendida pela psicóloga Elizabeth Reis Meira, a linha de


psicanálise lacaniana. "Há uma tendência em achar que o outro pode te fazer feliz e não que a felicidade é um sentimento interno e que isso é uma coisa que só depende de você", diz.
Projeção Equivocada
Elizabeth ressalta que responsabilizar o outro é uma tendência cômoda e natural. "É comum a projeção de seus medos e desconfianças no parceiro, fazendo uma busca insistente, como se ele tivesse o poder de lhe dar segurança", explica.
Mesmo assim, ela acredita que além de a felicidade ser algo pessoal e intransferível, há diferença entre ser e estar só. "Eu diria que estar sozinho não é estar disponível. E quando uma pessoa é bem resolvida e gosta de sua própria companhia, ela vai fazer a sua vida prazerosa. E o resto, o convívio com outros, é uma consequência", declara a psicóloga, ressaltando que não acredita em "solteiro convicto", mas em pessoas que talvez não tenham encontrado o amor de sua vida ou o tenham perdido alguma maneira (desencontros, mortes, intrigas). "É um principio básico social que o homem é um ser gregário e quando ele tende a ser uma ilha, algo aconteceu, não é nato", justifica.
Elizabeth , que também atua com terapia de casais, conta que, diferentemente do que
muita frente pensa, esse tipo de análise não é exclusivamente com a presença simultânea
de ambos. "Primeiro, eu faço um contato individual com parceiros e, de acordo com a necessidade,
isso é trabalhado em conjunto. Mas não o tempo todo, já que há muita coisa que é necessária ser dita,
mas que não é bom para o outro ouvir", aponta a psicóloga.
Queixas mais frequentes
Em seu consultório, ela conta que as maiores queixas dos solteiros giram em torno da indisponibilidade em abrir mão da sensação de liberdade além de encontrar outra pessoa pronta a assumir uma relação estável. "A dificuldade é a de achar um parceiro que mergulhe numa relação de verdade e que esteja disposto a abrir mão da individualidade, da facilidade de não entrar em confronto quando não quero, de investir em uma pessoa que não seja você mesmo, de dividir espaço e problemas", narra a terapeuta.
Esses medos não são tão injustificáveis, já que, em um aspecto geral, existem diversos obstáculos a serem vencidos na convivência diária. "É difícil conviver consigo mesmo; imagine com outra pessoa? Para o solteiro, a vida pode ser muito prática e mais fácil. Enfim, dá menos trabalho", resume. Já entre os casais buscam auxilio, Elizabeth relata que as queixas mais ouvidas no dia-a-dia, estão relacionadas ao diálogo. "A falta de conversa entre o casal e o péssimo costume de pôr palavras na boca do outro e sempre achar que sabe o que o outro pensa ou deseja. E a falta de confiança no outro, quando na verdade ele não tem confiança em si mesmo", aponta.
relação. A insegurança pode provocar tanto comportamento chantagem emocional, como ir ao oposto e provocar reações de violência física /ou emocional. Às vezes mascarada por generosidade em demasia e grande falta de assertividade, mas com um custo cruel. No homem encoberto como comportamento protetor e provedor e na mulher como forma de submissa e busca de colo".
Por terem perfis diferentes, os dos sexos buscam coisas bem distintas em uma relação e talvez por isso a dificuldade no diálogo. "Geralmente, os homens são mais dependentes e buscam na companhia de uma mulher a administração de como lidar com o seu dia-a-dia. Já a mulher se vira melhor sozinha e busca no homem tanto a segurança como um parceiro sexual fixo", analisa.
Muitas pessoas apontam uma suposta perda de liberdade, como motivação para se manter solteiro. Para a psicóloga, a tese dos mais românticos de 'se tornar um só' não se aplica na prática; "Não há perda da liberdade, mas sim uma tendencia a se privar de situações e colocar isto como culpa de um relacionamento. As pessoas se completam, mas não se tornam uma só", defende.
Com tudo isso, a troca constante de parceiros, o chamado "ficar", tem sido a busca pelo bônus de estar com alguém, sem o ônus do compromisso e das responsabilidades de uma relação. De acordo com Elizabeth, este tipo de relacionamento pode até ter futuro. "Parece-me simplesmente que é uma opção quando se está sozinho, no entanto esse "ficar" pode vir a ser uma relação duradoura, sem as cobranças que as pessoas achem que tem o direito de controlar o outro por estarem nele", ampara a psicóloga.
Para o solteiro Eduardo Linhares, "o difícil é justamente
achar a pessoa ideal". A melhor parte é você conseguir ser livre.
Mas está complicado de arrumar alguém. "A gente busca, busca,
mas é difícil achar a pessoa ideal", diz Eliz Soares acredita que os
homens têm medo. "Acho que a mulher vem dominando cada vez
mais a noite, e eles acabam ficando com medo de levar um
"não", aponta. Para a mais conformada (e também solteira)
Jaqueline Meira, tudo tem sua hora certa de acontecer,
"Quando chegar o momento, a gente arruma a tampa para a
panela", arrisca.
De qualquer forma, os chamados solteiros convictos não devem
se desesperar, considerando que haverá sempre a chance de tentar
ou até mesmo recomeçar porque "O resto é mar, e tudo que eu tenho
para te dar, vem de mansinho à brisa e me diz, é impossível ser feliz
sozinho", segundo revela a música de Tom Jobim.




Mas afinal, o que tanto tem repelido o ser humano de se relacionar amorosamente com outros, já que a busca pela troca de afeto, sempre foi uma necessidade nada oculta em todos os tempos? Para a especialista, a resposta, é, teoricamente, simples e diferente para homens e mulheres, "A cobrança é a mais comum e um fator que pode sufocar qualquer tipo de
